A área da Itinga tem pelo
menos mais de dois séculos e meio com esse nome, o mesmo dado anteriormente
pelos índios Tupinambás que aqui habitavam antes da chegada dos portugueses,
sendo, portanto os primeiros habitantes. O nome Itinga foi dedicado ao rio que
corta a localidade, sua origem é indígena e significa Água branca ou Água clara,
devido as suas águas límpidas e cristalinas.
Por volta do século XVI Garcia d’Ávila
recebeu de Tomé de Souza em 1552, lotes de terra no litoral baiano. Nessa
localidade foi instalada uma missão jesuíta que deu origem a freguesia de Santo
Amaro de Ipitanga, isso aconteceu em 1758, com o apoio da familia d’Ávila
proprietário da Casa de Torre, também referida como Castelo de Garcia D`Ávila.
Em alvenaria de pedra e cal, tinha a função de
vigiar o sertão por um lado, resistindo aos ataques dos indígenas revoltados e
o mar pelo outro, resistindo aos corsários que então procediam no litoral.
A revolta dos índios Tupinambás estava associado
ao desejo dos portugueses em "organizar" os índios, trazê-los para a
verdadeira fé cristã, para que assim, costumes como a poligamia, a
antropofagia, o andar sem roupas, dentre outros, fosses extirpados. Para os
portugueses estes nativos não adoravam nenhum Deus, dizia ele: "são como
papel branco, onde podemos escrever à vontade", eram os tupinambás.
Reconhecendo as sérias dificuldades em
"converter" os tupinambás ao cristianismo católico, e com a resistência dos índios quanto
a exploração de força de trabalho, e a imposição dos costumes os
portugueses sentiram a necessidade de buscar novas alternativas de força de
trabalho para os engenhos, optando assim por trazer negros de varias partes do
continente Africano, afim de utilizar da sua força de trabalho através da
escravidão.
Durante o século XX, existia na região da Itinga,
uma fazenda conhecida como “Jaqueira”. Herança de família pertencente ao Senhor
Da Hora e seu irmão Antônio Pedro, dividida e explorada pelos tios, filhos,
netos, bisnetos e tataranetos, e em parte também pertenciam o exército.
Os donos da fazenda viram a mudança da região,
que na época era uma mata com trilhas onde as pessoas faziam o caminho de São
Cristovão até Itinga. Os moradores atravessavam o rio por uma ponte feita de
poste de ferro, onde as mulheres lavavam roupas, carregavam água para beber e
cozinhar.
Em 1940, por ocasião da Segunda Guerra Mundial,
com o início da construção da Base Aérea e do aeroporto, é que se vê alterar
mais um pouco o ritmo local, quando o então sub-distrito passa a receber gente
vinda de várias partes para trabalhar nas obras. Acabando por serem absorvidas como funcionários
da Base Área, aeroporto e da “Malária”, convocada pela própria Base, para
erradicar os focos de mosquitos que proliferavam nas águas estagnadas do Rio
Ipitanga.
Esse significativo aumento populacional
provocaria consequente aumento da necessidade por serviços, desencadeando, na
década de 50, o movimento pela Emancipação Municipal, que se consolidaria no
início da década seguinte.
Em 1970 foi fundado o bairro de Itinga
oficialmente, e tudo começou a crescer, se transformar em loteamentos
identificados por pessoas que moravam ou tinham alguma ligação com o local,
como, por exemplo, o Largo do Caranguejo. O nome foi dado porque existia um
senhor, que saía do Nordeste de Amaralina para vender caranguejo naquele lugar.
Como antigamente, até hoje é ponto de referência do bairro, um marco que
atualmente é uma praça utilizada para eventos.
Em meados da década de setenta, a ponte feita de
poste de ferro que servia para os moradores atravessar o rio, onde as mulheres
lavavam roupas, carregavam água para beber e cozinhar, foi substituída por uma
ponte de madeira o que possibilitou a passagem de jipe ou Kombi que levavam as
pessoas ate as suas moradas.
Nesse período os morados perceberam a necessidade
de criar um comércio local para maior conforto, deixar de ir para São Cristovão
e começar a viver daquilo que a terra produzia. Então, o homem que vendia
caranguejo veio morar definitivamente no bairro e investir em mercearia,
lanchonete, supermercado, etc.
Senhor Da Hora e seu irmão também contribuíram
para o crescimento comercial, vendendo frutas, farinha e outros alimentos
originados do sítio; daí, a Itinga começou a ganhar cara de bairro de Lauro de
Freitas.
Nos anos oitenta, ruas foram asfaltadas, ônibus
fazendo linha para o centro da cidade de Salvador e transportes para Lauro de
Freitas facilitaram e contribuíram muito para o desenvolvimento comercial do
bairro, que hoje conta com uma infraestrutura com tendências a evoluir cada dia
mais.
Como conseqüência da evolução da cidade, vemos a
exploração demográfica e empresarial acontecer mais freneticamente em áreas ate
pouco tempo praticamente despovoadas, aumentando assim a fúria mobiliária da
cidade crescendo assustadoramente para todos os lados, fazendo desaparecer os
últimos espaços ainda restantes da Mata Atlântica e áreas remanescentes de
“Comunidades Quilombolas”.
Parabéns pelo belíssimo trabalho, Viviane! Nós, itiguenses, sabemos o quanto esse resgate cultural e histórico contribui para o crescimento e valorização do nosso bairro.
ResponderExcluirBjs
É verdade Liliane, esse resgate é realmente muito valioso mesmo! eu tenho muito orgulho de minha cidade e de meu querido bairro!
ExcluirObrigada pelo comentário!
Bjs
sou obrigado a escrever seu texto gigante
ResponderExcluirruim
ResponderExcluirPessimo
ResponderExcluirvoces falaram mas esqueceram de registrar uma figura importante no bairro de itinga, que foi o senhor pedro amador de santana, proprietario da antiga fazenda jaqueira, resolveu lotear as terras que hoje é o maior loteamento do bairro. Infelizmente, foi esquecido.
ResponderExcluirlotesamento jardim centenario, maior loteamento do bairro, antiga fazenda jaqueira.
ResponderExcluirhttp://sedur.laurodefreitas.ba.gov.br/documentos/loteamentos/pasta12_loteamento_jardim_centenario_desmembramento.pdf
ResponderExcluirQue benção o bairro de vcs, parabéns
ResponderExcluirParabéns
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